Rafaela Carvello
Da editoria de Cidades Foi executado, na manhã de ontem, o mandado judicial que prevê a demolição de duas casas no Jardim Novo Mundo II. As residências estão localizadas embaixo de uma rede de alta tensão da Companhia Energética de Goiás (Celg) e ocupam parte da área da empresa. Um oficial de Justiça e um funcionário da companhia acompanharam dois pedreiros que destelharam a residência de Ilda Justina de Souza Lima, 70, moradora há 15 anos do bairro. Assustada, Ilda ligou para a filha ao ver sua casa sendo destruída. “Eles não percebem que estão derrubando meu sonho e de mais gente”, reclama.
As duas residências foram só as primeiras de uma área que pode chegar a atingir até 50 famílias. A Celg luta pela reintegração de posse de um terreno da empresa que foi ocupado. No local há moradores residindo há mais de quatro décadas. O último loteamento da região foi realizado nos anos 1980. Segundo Norma Selma de Lima, 44, moradora há 16 anos do setor, além das ruas que foram abertas no bairro, uma das primeiras benfeitorias foi a instalação de energia elétrica. “Se eles não quisessem que ficássemos aqui, não teriam colocado postes de luz, que veio antes da água tratada, esgoto e asfalto”, relata.
Intimação
Em 20 de junho de 2007, os moradores da região foram intimados a desocupar a área. De acordo com o documento emitido pela juíza Amélia Netto Martins de Araújo, da 5ª Vara Civil da Comarca de Goiânia, as pessoas que residiam em parte do Setor Jardim Novo Mundo II deveriam abandonar suas casas em um prazo de 30 dias, considerando o risco a que estavam sujeitas.
Junto com o documento foi anexado um relátório da Celg, no qual explica o problema. De acordo com o laudo, a região, que corresponde a 35 metros do eixo central onde estão instalados os postes de alta tensão, é considerada de risco. Desse total, 17 metros e meio foram invadidos por moradores, com a construção de calçadas, muros e barracões. Esta área oferece risco de morte, pois os fios que cortam o local têm uma tensão próxima a 230 volts.
Apesar do risco, os moradores brigam judicialmente há três anos para que as casas não sejam demolidas. “Eu me sinto segura aqui e, quando mudamos, não havia nenhuma placa nos postes dizendo que oferecia risco, ou que pertencia à Celg”, questiona Norma. O presidente da Celg, Carlos Antônio Silva, se reuniu na tarde de ontem com moradores da região e afirmou que as casas serão demolidas.
Segundo Carlos de Freitas, procurador da Celg, a empresa tomou as providências necessárias para a retomada de seu patrimônio, com o ajuizamento das ações de reintegração de posse. Os moradores terão que sair em razão de se tratar de decisão emanada do Poder Judiciário. Não cabe qualquer indenização nos termos da legislação vigente. “Diante dessa cruel realidade é que a Celg elabora um plano de desocupação e alocação desses invasores, para mitigar os impactos sociais decorrentes dessa medida”, afirma Carlos. De acordo com o presidente da Companhia, será realizada uma sindicância junto ao Ministério Público para averiguar se houve negligência da Prefeitura de Goiânia e Companhia de Saneamento do Estado de Goiás (Saneago), que permitiram a instalação de infraestrutura na região. Enquanto aguardam, os moradores esperam ser desapropriados e indenizados.
Fonte: DM
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