Eles passam despercebidos pela maioria das pessoas que transitam diariamente pelas ruas de Goiânia, mas basta um olhar mais atento para se deparar, com surpresa, com exemplares antigos de postes de madeira equilibrando um emaranhado de fios.
Estão por toda parte. Sobrevivem em bairros centrais, nobres e bem movimentados. Alguns dão a impressão de que não vão suportar o peso dos fios e dos anos, mas resistem. São aroeiras, como diz uma gíria que faz referência à força. E são mesmo. Aroeira pura, cuja vida útil, quando de sua aquisição, era estimada em 100 anos.
Na Avenida 4ª Radial, no Setor Pedro Ludovico, eles dividem espaço com os exemplares de concreto. Há 39 anos a professora Elenir Aparecida vive no mesmo endereço. E se não estiver sendo traída pela memória, o poste que hoje fica em frente à escola de informática onde trabalha é o mesmo da infância, dos tempos em que a larga avenida não conhecia o asfalto e as crianças brincavam sem medo ao seu redor.
O velho poste de madeira não incomoda Elenir, mas incomoda algumas poucas pessoas desacostumadas com o exemplar mais rústico. “Quando alguém de fora vê, principalmente de cidades como São Paulo, cometam”, diz. É a modernidade da cidade grande convivendo com o elemento rústico de outros tempos. O poste, diz, nunca ofereceu nenhum risco e nem sua segurança foi colocada em dúvida. “Só é feio”, resume. O poste envergado de madeira, vizinho do restaurante onde trabalha, também não incomoda o garçom Divano José Lourenço, de 53 anos. “Isso é aroeira. Nunca teve nenhum problema”, diz sem titubear.
Goiânia possui 149.823 postes instalados na rede de distribuição. Destes, 17.029 são de madeira, informa o assessor da Diretoria Técnica da Companhia Energética de Goiás (Celg), Augusto Francisco da Silva. Segundo ele, os postes de madeira existem em toda a cidade, com exceção de loteamentos mais novos, onde os exemplares de concreto reinam absolutos. Conforme Augusto, os postes de madeira são anteriores à década de 1990. Ele explica que não existe um programa de substituição dessas estruturas, o que só é feito quando o sistema de distribuição exige, “ seja para ampliação da rede ou manutenção havendo problemas de segurança ou equilíbrio mecânico da rede.”
Segurança
O assessor da Celg ressalta ainda que os postes de madeira possuem vantagens sobre os de concreto em termos de segurança para os eletricistas e a população, além de maior resistência mecânica. “Os postes de madeira estão mais próximos de isolante do que os de concreto, que são intermediários”, frisa.
Além disso, Augusto ressalta que os exemplares de madeira resistem mais a batidas e esforços mecânicos do que o de concreto. “A geometria do concreto é mais agradável aos nossos olhos, mas tecnicamente preferimos o de madeira, por isso resistimos em eliminar os que ainda existem”, afirma.
O assessor diz ainda que a retirada dos postes, sem necessidade técnica, configura desperdício. Qualquer problema com postes deve ser comunicado à Celg pelo telefone 0800620196, para que seja feita uma avaliação técnica.
Fonte: Jornal O Popular
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