No dia 28 de abril de 1969 ocorreu uma explosão na mina de Farmington – Virgínia – Estados Unidos, onde morreram 78 trabalhadores. A partir daí, esse dia passou a ser dedicado em Memória das Vítimas das más condições de trabalho.
A melhoria das condições ambientais de trabalho pouco tem avançado no Brasil por falta de uma discussão ampla a respeito desta catástrofe.
Para analisarmos o quanto os acidentes de trabalho têm matado pessoas no país vamos fazer uma comparação com o maior acidente aéreo do Brasil, ocorrido em 2007. Nesse acidente 199 pessoas morreram e tamanha foi a discussão que culminou na responsabilização do Governo, de entidades e de pessoas. Além disso, práticas inseguras foram coibidas e proibidas.
Façamos agora uma comparação com o número de mortes por Acidentes ocorridos no Trabalho em 2007, segundo dados do INSS (que não traduz a total realidade dos fatos). Foram 2.804 mortes, o que equivale a 14 acidentes aéreos como o acima citado e ainda sobrariam 18 cadáveres. Seria como se 14 aviões cheios de trabalhadores caíssem em solo brasileiro todos os anos. Neste mesmo ano ocorreram 8.504 casos de invalidez permanente que, se somando aos óbitos, totalizaram 11.308 famílias que além do sofrimento terão que conviver com indenizações miúdas pagas pelo o INSS.
Proponho agora uma reflexão: por que os acidentes de trabalho que ocorrem em número alarmantes não são discutidos amplamente para que se busque a responsabilização dos envolvidos e a mudança das práticas inseguras e doentias existentes no ambiente de trabalho?
Diretoria do Stiueg