Uma semana depois que a Assembleia Legislativa aprovou a venda de 41,08% de ações da Celg para a Eletrobras, o governo evita falar em prazos para finalizar a negociação que movimenta R$ 6 bilhões. O presidente da companhia, Carlos Silva, citou ontem possíveis entraves para se esquivar de uma estimativa, o novo secretário da Fazenda Célio Campos Júnior evitou entrevistas (leia reportagem ao lado) e na Eletrobras ainda não há data marcada para a próxima reunião do Conselho de Administração da estatal, responsável pela aprovação final do acordo que está sendo encarado como única saída para salvar a Celg da federalização (leia o quadro).
A informação de que não há uma data marcada para a próxima reunião do Conselho de Administração da Eletrobras é do departamento responsável por esse agendamento, que fica no escritório da estatal no Rio de Janeiro (RJ).
A previsão é de que o Conselho da Eletrobras se reúna no final deste mês. Uma reunião extraordinária para tratar apenas do assunto Celg é praticamente descartada pela assessoria da presidência da Eletrobras. Entre os motivos está a falta de agenda do presidente do conselho, o ministro Márcio Zimmermann, que acaba de tomar posse no lugar de Edson Lobão no Ministério de Minas e Energia.
Em entrevista à rádio CBN Goiânia, no quadro Papo Político, Carlos Silva afirmou que o próximo passo é redigir a minuta do contrato que será submetida ao Conselho da Eletrobras. O acordo prevê gestão compartilhada onde o presidente da Celg será indicado pelo governo do Estado e a Eletrobras comandará todas as diretorias e a vice-presidência executiva.
Se o acordo for aprovado, o negócio movimentará R$ 1,35 bilhão financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), mais de R$ 4,3 bilhões serão aportados na Reserva Global de Reversão (RGR) que é o fundo do setor destinado à universalização da energia elétrica e outros R$ 306 milhões serão investidos pelo governo do Estado.
Um fundo de aporte à CelgPar – o Funac – será criado para administrar os contenciosos ativo e passivo da companhia. O Estado vai gerir o fundo e dará suas ações da Celg como garantia de que honrará possíveis débitos oriundos de ações judiciais.
O presidente da Celg informou ainda que o responsável pela minuta é o governo do Estado – acionista majoritário da companhia – e que as principais premissas já foram vencidas. “Acredito que não será um processo demorado, mas é claro que dado o vulto das cifras temos de tomar muito cuidado, porque isso suscita interesses fora do Estado”, disse Carlos Silva.
Em entrevista à imprensa goiana, o presidente da Eletrobras, José Muniz Lopes, afirmou há duas semanas que os recursos da RGR podem ser reivindicados para outras demandas, que ele próprio tinha outras destinações para a verba – mas trabalha pela aprovação do acordo com o governo de Goiás por determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – e que a Celg corre o risco de não ver o acordo fechado por falta de reservas no fundo do setor elétrico.
Outro receio do governo é de que as movimentações da campanha eleitoral dificultem a finalização do acordo: “Temos várias etapas a serem vencidas e queremos dar celeridade. É um ano eleitoral e as negociações não podem ser contaminadas pelo processo político eleitoral que se avizinha”.
A última reunião do Conselho da Eletrobras ocorreu no dia 30 de março. O governo pressionou a Assembleia a votar o projeto, com o apoio de entidades de classe e prefeitos, mas manobras das bancadas tucana e peemedebista evitaram a apreciação do projeto antes dessa data.
Célio Campos assume Secretaria da Fazenda
Das 13 pastas que ficaram vagas com as desincompatibilizações de auxiliares que vão disputar as eleições deste ano, o governador Alcides Rodrigues (PP) nomeou ontem dois novos titulares. Um deles é Célio Campos Júnior, ex-superintendente do Tesouro Estadual, que tomou posse na Secretário da Fazenda (Sefaz) com a saída de Jorcelino Braga.
A solenidade de posse de Célio, marcada para as 11 horas, não aconteceu segundo a assessoria da Sefaz porque o auditório estava ocupado. A transmissão do cargo ocorreu informalmente.
Procurado para falar sobre a negociação da Celg com a Eletrobras, Célio Campos informou que só dará entrevistas sobre o assunto amanhã. O secretário alegou que vai esperar a publicação da lei que autoriza a celebração do acordo para retomar as negociações com a Eletrobras.
Outro secretário nomeado no Diário Oficial de ontem foi Marcelo Viana Van Der Broocke, que assume a Secretaria de Ciência e Tecnologia.
Goiás Turismo
No início da noite, o governador definiu também o nome do novo presidente da Goiás Turismo: Durval Fernandes Motta, secretário executivo do Prodetur, entrará no lugar de Barbosa Neto (PSB). Para assumir a Secretaria de Segurança Pública está cotado o superintendente Sérgio Augusto Inácio.
O governador passou o dia ontem em seu gabinete, onde recebeu o presidente do PR de Goiás, Sandro Mabel, o vice-governador Ademir Menezes, o ex-secretário Jorcelino Braga e alguns deputados estaduais.
Fonte: O Popular
O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás (STIUEG) teve seu início no ano de 1949, com a criação da Associação dos Funcionários da CELG. O segundo passo importante dessa história foi dado com a extensão de base para a Associação dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás...
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