Ao contrário do que a Companhia Energética de Goiás (Celg) divulga, o estágio máximo das obras das novas linhas de transmissão e subestações é a montagem de fundações, sem qualquer possibilidade de inauguração ainda neste ano. Um levantamento feito pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), a pedido do POPULAR, mostra que a grande maioria das obras ainda está na fase de planejamento. A Celg não avança na expansão da oferta de energia nem nos casos em que sustenta tocar as obras.

Um exemplo dessa realidade é a promessa de construção da linha de transmissão Rio Vermelho – Cristalina, entre Luziânia e Cristalina. A linha terá 70 quilômetros e será a mais extensa dentre as 12 novas linhas planejadas pela Celg. A estatal afirma que a licitação para a obra já está em fase conclusiva, mas o relatório elaborado pela Segunda Divisão de Fiscalização de Engenharia do TCE mostra que, na verdade, a Celg ainda “elabora a documentação básica para licitação”.

O TCE analisou o real andamento das 12 novas linhas de transmissão e das 29 subestações previstas. Em reportagem publicada no domingo, O POPULAR detalhou cada um dos projetos e mostrou as dificuldades de a Celg colocá-los em prática. O relatório elaborado pelo TCE revela uma situação ainda mais grave: as obras estão muito mais atrasadas do que sustenta a Celg.

“A grande maioria são obras que ainda se encontram em fase de planejamento, licitação e aquisição de equipamentos para futura implantação”, cita o relatório, assinado pela diretora da Segunda Divisão de Fiscalização de Engenharia, Letícia Jardim, e pelo assessor técnico de Engenharia, Joaquim de Aquino Filho. Quinze obras foram relacionadas no relatório e a fase mais avançada é a de execução das fundações. As outras 26 linhas de transmissão e subestações são apenas projetos. “Essas obras encontram-se em fase de planejamento pela Celg, podendo ou não ser executadas, conforme viabilidade técnica, econômica e financeira.”

 Fonte: O Popular