Na terceira edição do vestibular em que a Universidade Federal de Goiás (UFG) utiliza o sistema de cotas, caiu o número de estudantes que precisaram da reserva de vagas para ingressar em uma das graduações oferecidas pela instituição. Ainda assim, nos cursos mais concorridos, as cotas foram fundamentais para que alunos da rede pública pudessem ter acesso a essas graduações da “elite”. Ao todo, foram 4.854 candidatos aprovados no processo seletivo, cujo resultado foi divulgado ontem pelo Centro de Seleção da UFG (a lista completa está nas páginas 7, 8, 9 e 10).
Em 2009, quando ocorreu o primeiro vestibular depois que passou a vigorar o Programa UFG Inclui, de cotas, 299 alunos de escolas públicas ou negros de escolas públicas precisaram das cotas para assumir uma vaga na instituição. Este ano, contudo, houve uma redução de mais de 13% no porcentual de estudantes que precisou da reserva de vagas: 258.
Para concorrer pelo sistema, o aluno da rede pública, ao fazer a inscrição no vestibular, seleciona uma opção requerendo participar do processo seletivo como cotista. Há uma reserva de vagas para esses estudantes, que nem sempre precisa ser utilizada, já que na maioria dos casos, principalmente dos cursos de menor procura, os alunos inscritos por meio do sistema de cotas atingem notas melhores do que aqueles inscritos pelo sistema universal.
Se por um lado a reserva de vagas foi menos utilizada de maneira geral, por outro, foi primordial ao permitir o acesso de alunos de escolas públicas nos cursos mais concorridos, corroborando a política de inclusão da UFG. Nos quatro cursos com maiores notas de corte na instituição, Medicina, Engenharia Civil e nas duas turmas de Direito, das 44 vagas reservadas para cotistas, 38 foram utilizadas.
Para o diretor da Faculdade de Educação da UFG, Ged Guimarães, uma provável razão para o menor aproveitamento por meio do sistema de cotas é uma melhor qualidade da escola pública. Contudo, o professor é reticente com relação à afirmação já que, mesmo com o esforço em melhorar o ensino público do País, especialistas e a própria população enxergam que ainda é preciso fazer toda ordem de investimento para adequar as escolas das redes municipais e estaduais a um patamar aceitável de funcionamento, explica.
De acordo com a pró-reitora de Graduação da UFG, Sandramara Matias Chaves, embora o aproveitamento pelo sistema de cotas neste processo seletivo tenha sido menor este ano, ainda há diversas lacunas que devem ser preenchidas para otimizar a participação do estudante carente.
Entre as medidas citadas pela pró-reitora, está um programa da universidade de palestras em escolas públicas para mostrar as possibilidades de graduações na UFG e aproximar a instituição desse estudante. “Em diversos casos, o aluno tem condições de passar no vestibular, mas não faz a inscrição por achar que não terá chance”, afirmou.
Matrícula Os alunos classificados na primeira fase do vestibular deverão comparecer nos dias 11 e 12 deste mês, quinta e sexta-feira da próxima semana, ao Centro de Eventos Reitor Ricardo Freua Bufáiçal, no Câmpus Samambaia, para efetuar seus cadastros e matrículas na instituição. No interior, os selecionados serão recebidos nas secretarias dos Câmpus de Catalão, Jataí e cidade de Goiás. Das 5.459 vagas, 605 não foram preenchidas. As aulas na UFG começam no dia 22 de fevereiro.
A relação dos aprovados pode ser acessada no portal da universidade na internet através do sítio www.vestibular.ufg.br. Dos 4.854 aprovados, 4.068 entraram pelo sistema universal, ou seja, não se inscreveram no vestibular pelo UFG Inclui. Pelo sistema de cotas, além dos 258 alunos oriundos de escola pública, também foram chamados 16 quilombolas e 7 indígenas - nesses casos, são abertas vagas adicionais nos cursos para atender a demanda.
Para o ato da matrícula, os alunos selecionados deverão estar atentos a uma novidade.Independentemente de terem sido informados ou não da aprovação, todos deverão acessar o site da UFG no período de 8 a 10 de fevereiro para atualizar ou complementar a sua ficha de cadastro. Após enviar o documento pela internet, uma via deve ser impressa para ser entregue no dia da matrícula. Sem este documento a matrícula não será efetuada.
Ao lado da pró-reitora de Graduação, o reitor Edward Madureira acompanhou a divulgação do resultado no Centro de Seleção. Segundo ele, foi um processo tranquilo, sem nenhum tipo de intercorrência. A única exceção foi a impossibilidade de a UFG usar as notas do Enem neste vestibular por causa do cancelamento da prova. Para o processo seletivo do meio do ano, a questão será submetida a avaliação dos conselhos universitários.
Fonte: O Popular
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