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Ex-presidente da Celg vai ao MP explicar convênio com entidade

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06/02/2010

Enio Branco compareceu ao órgão de forma espontânea e falou da relação entre Celg e renafé

Núbia Lôbo

Depois de aberto oficialmente o inquérito que vai apurar a denúncia de extorsão contra Anniela Ganzaroli Braga, filha do secretário da Fazenda Jorcelino Braga, o Ministério Público de Goiás (MP-GO) colheu ontem o primeiro depoimento do caso. O ex-presidente da Celg Enio Branco apresentou-se espontaneamente ao promotor de Justiça Glauber Rocha para esclarecer os convênios realizados pela estatal com a Associação Renascer da Fé (Renafé).

A denúncia foi feita por Ivone Francisco dos Santos, presidente da entidade, que apresentou ao MP dois vídeos onde ela entrega maços de dinheiro a Anniela. A conversa entre as duas, também registrada na gravação, sugere que o dinheiro refere-se ao pagamento de propina cobrada por Anniela para ajudar a liberar recursos do governo estadual para a Renafé. Segundo o escritório de advocacia que defende Ivone, os vídeos foram gravados nos dias 12 e 17 de janeiro deste ano.

Conforme declarou na quinta-feira ao POPULAR, Enio relatou ao MP que recebeu um telefonema de Braga sugerindo que fosse até a entidade e que ficou comovido com a situação encontrada. O ex-presidente disse ainda da necessidade que a estatal possuía à época de melhorar seu balanço sócio-ambiental em razão do empréstimo de R$ 1,35 bilhão que pleiteava junto ao BNDES.

Enio confirmou a liberação para a Renafé de R$ 54 mil em 2007 e também de 12 parcelas de R$ 23,4 mil em 2008. “Ele deixa nas entrelinhas que o secretário Jorcelino Braga não tem envolvimento (com a suposta extorsão praticada por Anniela)”, informa Glauber.

AdiamentoO promotor de Justiça pediu para notificar Anniela a comparecer ao MP. Sua intenção era ouvir Anniela ainda ontem, mas em conversa com ela por telefone concordou em adiar o depoimento em razão dos problemas de saúde enfrentados pela família. A mãe de Anniela, Inerde Ganzaroli, também será chamada pela promotoria.

“As duas se mostraram bem dispostas a atender o chamado e esclarecer os fatos”, conta Glauber.

Outra notificação solicitada foi da superintendente de Administração e Finanças da Secretaria da Saúde, Idelma Rodrigues. A servidora foi citada por Anniela na gravação como amiga e colaboradora na missão de liberar recursos públicos para a Renafé. Em entrevista, Idelma negou qualquer vínculo de amizade e colaboração com Anniela.

Glauber Rocha pediu ainda perícia nos DVDs entregues por Ivone ao MP para atestar a autenticidade das imagens. Em seu primeiro depoimento, Ivone declarou que os vídeos foram gravados com a ajuda de uma empresa que ela preferiu não identificar.

DenúnciaA denúncia de extorsão veio à tona na quarta-feira, em matéria veiculada pela TV Anhanguera. Até o momento, não há provas de que o secretário esteja envolvido no suposto crime de extorsão praticado pela filha.

Braga se defende com o argumento de que Anniela é fruto de um relacionamento dos seus tempos de estudante e que não tem convivência diária com ela.

Fonte: O Popular

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