A Eletrobrás informou ontem ao POPULAR que a próxima reunião do Conselho de Administração da Celg ocorrerá na próxima semana. O governo estadual afirmou que, neste encontro, será apreciada a proposta final do acerto para equilibrar as contas da companhia goiana.
O secretário estadual da Fazenda, Jorcelino Braga, que comanda as negociações em Brasília, disse ontem que, a partir da aprovação do conselho, pode ser assinado o pré-acordo e, assim, iniciadas as medidas para sanar as dificuldades da Celg.
Os detalhes da negociação da Celg foram repassados ontem pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante voo de Brasília a São Luís do Maranhão. O governador Alcides Rodrigues (PP) havia dito na semana passada que essa seria uma conversa definitiva do ministro com o presidente.
Apesar do fechamento das premissas, um ponto ficará em aberto: o valor das ações da companhia. Em proposta inicial, a Eletrobrás ofereceu R$ 40 milhões por 41% da participação acionária na empresa goiana. O valor deve ter acréscimo a partir de avaliação de advisor (empresa que faz consultoria) contratada pelo governo estadual.
Segundo Braga, a empresa já está finalizando a análise do valor da companhia, mas o preço só pode ser estabelecido depois de assinadas as premissas. “Alguns conceitos da proposta alteram preço. Isso é necessário para concluir.”
Braga explicou que, após o relatório final da advisor, o governo goiano voltará a sentar com a Eletrobrás para discutir o preço da venda. Enquanto isso, poderá ser liberado o empréstimo de R$ 1,35 bilhão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que servirá para pagar as dívidas emergencias da Celg com o sistema elétrico.
Em entrevista ao programa Papo Político, na rádio CBN Goiânia, o secretário disse que a negociação se resume em uma frase: “O governo tem de ter R$ 1,8 bilhão para salvar os 59%”.
Este valor virá do empréstimo de R$ 1,35 bilhão e o restante de R$ 500 milhões que o Estado terá de investir na Celg. É o mesmo valor não repassado pela companhia de ICMS ao Estado.
Com o acerto, a Celg pagaria o governo, mas este investiria o mesmo valor ao longo de 36 meses. “Eles queriam que a gente integralizasse de imediato. Nós pedimos que ocorresse em 36 meses, para não onerar o Tesouro e os municípios. Então, depois de muita discussão, foi aceito.”
Comunicado
Por conta da repercussão da reportagem do jornal Folha de S.Paulo, a Eletrobrás divulgou comunicado ontem ao mercado a respeito das negociações com a Celg. A nota confirma a intenção de compra de 41% das ações, mas ainda não há decisões.
“O assunto ainda se encontra em fase de análise e negociação, não havendo, portanto, qualquer decisão societária. A Eletrobrás é parte integrante da negociação do equacionamento da situação econômico-financeira da Celg e, oportunamente, informaremos ao mercado a conclusão da mesma”, diz a nota.
A reportagem da Folha, com o título “Governo prepara socorro à estatal de energia de Goiás”, diz que as negociações estão avançadas e que o governo federal privilegia o Estado, já que seria possível promover intervenção ou cassar a concessão da Celg, como foi feito em outros Estados.
A Bolsa de Valores de São Paulo encaminhou à Eletrobrás pedido de esclarecimento sobre a notícia. O comunicado, assinado pelo diretor Financeiro e de Relações com Investidores, Astrogildo Quental, veio em resposta.
Braga reafirmou a boa vontade do governo federal com o Estado. “Está ocorrendo (privilégio), sim. Eles têm todas as condições de intervir ou cassar a concessão. Mas, em função da seriedade com que as coisas estão sendo tratadas e dos avanços, a Celg está tendo uma diferenciação no desenho da solução do problema.”
Apesar de estar otimista com o desfecho das negociações, que já duram dois anos e quatro meses, o secretário evita falar em data para o acerto.
Ao comentar o relatório da Fipe para a CPI da Celg, o secretário disse que o levantamento deveria incluir a não-contabilização de R$ 1,2 bilhão da dívida do Estado com a companhia na gestão do ex-governador Marconi Perillo (PSDB). “É lógico que é um relatório incompleto. A não-contabilização mudou radicalmente a história do balanço da companhia. Isso mascarou o resultado da empresa.Eles não desceram no analítico, no detalhe.”
Fonte: Jornal O Popular
O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás (STIUEG) teve seu início no ano de 1949, com a criação da Associação dos Funcionários da CELG. O segundo passo importante dessa história foi dado com a extensão de base para a Associação dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás...
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