Na mira de privatizações do governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL), a Eletrobras registrou, pelo terceiro ano consecutivo, recorde bilionário em seus lucros. Somente no ano passado em meio à pandemia e à recessão com o encolhimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 4,1%, a estatal teve um lucro bilionário de R$ 6,4 bilhões. Em três anos, o lucro chega a incrível soma de R$ 30 bilhões.
Apesar do balanço da Eletrobras, divulgado na noite da última sexta-feira (15), mostrar mais uma vez que a empresa é lucrativa e não deve ser vendida, o desmonte continua para baratear o preço da empresa e facilitar a privatização.
Outro balanço divulgado nesta segunda-feira (22) revela que, nos últimos cinco anos, a Eletrobras demitiu quase 14 mil trabalhadores em programas de demissão incentivada ou com a venda de ativos, como as distribuidoras de energia das regiões Norte e Nordeste.
Este ano, segundo reportagem da Folha de S. Paulo, a empresa pretende desligar mais 476 pessoas e, chegar ao fim de 2021 com um total de 11.612 trabalhadores. Esse total é 55% menor em relação a 2016, ano em que foi consumado o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, e iniciado o processo de desmonte da empresa para facilitar a privatização, que esbarrou em resistências no Congresso Nacional.
No fim de fevereiro deste ano, com novos presidentes da Câmara (Arthur Lira, do PP-AL) e do Senado (Rodrigo Pachedo, do DEM-MG), ambos apoiados pelo presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL), o governo editou medida provisória liberando o início dos estudos para privatização da Eletrobras pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
De acordo com a reportagem, a ideia é promover uma capitalização da empresa, com a venda de novas ações no mercado, sem que o governo participe do processo. Assim, a participação estatal será diluída para uma fatia menor do que a necessária para exercer o controle.
Em nota, os trabalhadores dizem que “não era preciso ter bola de cristal para saber que a Eletrobras apresentaria mais um resultado expressivo ,mesmo num ano de pandemia, com um nível de endividamento mínimo”.
Segundo a categoria, embora tenha tido um lucro bilionário e, inclusive, socorrido a transmissora privada , responsável pelo apagão no Amapá, não será surpresa quando a direção da empresa disser que “ a Eletrobras não tem condições de investir e que só a privatização salva a estatal”.
Para demonstrar o quanto a empresa é lucrativa, a Aesel divulgou alguns números da empresa, maiores do que o governo pretende arrecadar com sua privatização.
São quase R$ 40 bilhões de Rede Básica Sistema Existente (RBSE), a serem recebidos entre 2021 e 2028. Ou seja, mais do que o governo pretende apurar com a privatização da empresa;
O caixa de R$ 14,3 bilhões mostra que a empresa está longe de ser quebrada;
A queda de 6% nas despesas com Pessoal, Material, Serviços e Outros (PMSO), avaliam os trabalhadores, faz cair por terra o velho argumento de que a força de trabalho da empresa é um problema.
A Eletrobras é pouco endividada, com plena capacidade de se alavancar para um robusto programa de investimentos que ajude o Brasil a sair da crise.
O lado negativo fica, mais uma vez, por conta dos investimentos. Os R$ 3,1 bilhões investidos em 2020 estão 6,4% abaixo do valor investido em 2019 e abaixo mesmo do valor previsto no Plano de Negócios e Gestão (PDNG) da empresa, que era de R$ 5,3 bilhões.
“Levando em conta que a Eletrobras pagou cerca de R$ 2,5 bilhões em dividendos em 2020 e que a empresa é lucrativa e pouco endividada, fica claro que a opção do Governo é gerar renda para seus acionistas e não desenvolvimento para o país”, diz a nota da Aesel.
Os trabalhadores da Eletrobras lembram que a empresa tem mais de 60 anos produzindo e transmitindo energia para um Brasil continental, com qualidade e segurança. São décadas investindo em programas sociais, implementando programas de universalização do acesso à eletricidade, fomentando a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico.
“Diante dessa história de sucesso, causa tristeza ver parte da classe política agir de forma antinacionalista e entreguista, interesseira e alheia à vontade da maioria da população”, diz trecho da nota.
Para a Aesel, não será preciso ser vidente para prever os efeitos da anunciada privatização: precarização, tarifaço, apagão, insegurança e risco de rompimento de barragens, fim dos repasses sociais, redução dos dividendos à União, monopólio privado de 40% do setor elétrico.
Por fim, a nota diz que como foi bem mencionado pelo ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, “a privatização da Eletrobras está sob suspeição por beneficiar sócio privado”.
Fonte: CUT
O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás (STIUEG) teve seu início no ano de 1949, com a criação da Associação dos Funcionários da CELG. O segundo passo importante dessa história foi dado com a extensão de base para a Associação dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás...
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