A taxa de desemprego atingiu 14,4% no trimestre encerrado em agosto, batendo mais um recorde na série histórica do IBGE, iniciada em 2012. Agora, o número de desempregados foi estimado em 13,794 milhões – 1,083 milhão a mais em apenas um trimestre (alta de 8,5%) e 1,229 milhão a mais em relação a igual período de 2019 (9,8%), quando a taxa média era de 11,8%.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua trouxe outros recordes, todos negativos. O total de ocupados (81,666 milhões), por exemplo, é o menor da série. Caiu 5% no trimestre (menos 4,270 milhões de pessoas) e 12,8% em 12 meses (11,965 milhões a menos). O nível de ocupação (46,8%) também é o mais baixo da pesquisa.
Por outro lado, a população fora da força de trabalho chegou a 79,141 milhões. Mais um recorde que agrava o problema do desemprego. Crescimento de 5,6% em um trimestre (4,177 milhões) e de 21,9% (14,213 milhões) em um ano.
Assim, o número de empregados com carteira assinada no setor privado (29,067 milhões) também foi o menor da série. A queda é de 6,5% em relação ao trimestre anterior (menos 2,036 milhões de pessoas) e de 12% (menos 3,975 milhões) ante agosto de 2019.
Nem o trabalho informal escapou. Estimado em 8,755 milhões, o número de empregados sem carteira caiu 5% (menos 463 mil pessoas) no trimestre e 25,8% (menos 3,041 milhões) ante igual período do ano passado. E o total de trabalhadores por conta própria (21,521 milhões) caiu 4% (menos 894 mil) e -11,4% (2,773 milhões), respectivamente. Além disso, o número de trabalhadores domésticos (4,597 milhões) também chegou ao menor nível. Em 12 meses, caiu 27,5% (menos 1,745 milhão).
Outro recorde está no contingente de desalentados, pessoas que desistiram de procurar trabalho. Eles agora somam 5,9 milhões. Crescimento de 8,1% em três meses (440 mil) e de 24,2% em 12 meses (1,1 milhão). Em relação à força de trabalho, os desalentados representam 5,8% – mais um recorde.
E os chamados subtilizados agora são 33,3 milhões, também o maior número da série histórica. São as pessoas que gostariam de trabalhar mais. Acréscimo de 3 milhões em um trimestre (aumento de 9,7%) e de 5,6 milhões em 12 meses (20%). A taxa de subutilização, também a maior, é de 30,6%.
Estimado em R$ 2.542, o rendimento médio cresceu: 3,1% no trimestre e 8,1% sobre 2019. Mas, considerando o menor numero de pessoas no mercado, a massa de rendimentos caiu 2,2% e 5,7%, respectivamente. Em um ano, isso representa R$ 12,3 bilhões a menos circulando na economia brasileira.
Por Vitor Nuzzi, da RBA
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