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País tem 13 milhões de desempregados e 37 milhões na informalidade, aponta IBGE

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31/07/2018

A taxa de desocupação no Brasil ficou em 12,4% no segundo trimestre, mas ainda há 12,966 milhões de brasileiros em busca de emprego, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta terça-feira, 31, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O mercado de trabalho no País perdeu 497 mil vagas com carteira assinada no período de um ano. O total de postos de trabalho formais no setor privado encolheu 1,5% no segundo trimestre de 2018 ante o mesmo trimestre de 2017. O total de vagas formais caiu a 32,834 milhões de postos, o menor patamar da série histórica iniciada em 2012.

Na contrapartida, o contingente de informais, responsável pela melhora na taxa de desocupação, continua subindo e já soma 37.060 milhões. O cálculo inclui os empregados sem carteira assinada no setor privado, trabalhadores domésticos sem carteira, ocupados por conta própria sem CNPJ, empregadores sem CNPJ e pessoas que atuam como trabalhador familiar auxiliar.

Em igual período de 2017, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 13,0%. No primeiro trimestre, o resultado ficou em 13,1%. No trimestre encerrado em maio, a taxa era de 12,7%.

A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.198 no segundo trimestre. O resultado representa alta de 1,1% em relação ao mesmo período do ano anterior.

A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 195,7 bilhões no segundo trimestre, alta de 2,3% ante igual período do ano anterior.

Há menos 520 mil desempregados em relação a um ano antes, o equivalente a um recuo de 3,9%. O total de ocupados cresceu 1,1% no período de um ano, o equivalente à criação de 1,001 milhão de postos de trabalho. O contingente de inativos avançou 1,9%, 1,228 milhão de pessoas a mais nessa condição.

O nível da ocupação, que mede o porcentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, foi estimado em 53,7% no segundo trimestre deste ano, ante 53,6% no primeiro trimestre. No segundo trimestre do ano passado, o nível de ocupação era também de 53,7%. 

Carteira assinada

 

O total de postos de trabalho formais no setor privado encolheu 1,5% no segundo trimestre de 2018 ante o mesmo trimestre de 2017. O total de vagas formais caiu a 32,834 milhões de postos, o menor patamar da série histórica iniciada em 2012.

"Há exatamente quatro anos atrás, a população ocupada com carteira assinada atingiu o maior nível da série, 36.880 milhões de pessoas, agora atinge o menor nível, 32.834 milhões", apontou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Já o emprego sem carteira no setor privado teve aumento de 3,5% em um ano, com 367 mil empregados a mais. "Lembrando que é um trabalho ilegal, porque ninguém pode trabalhar no Brasil sem carteira assinada no setor privado", ponderou Azeredo.

O total de empregadores cresceu 4,2% ante o segundo trimestre de 2017, com 176 mil pessoas a mais.

O trabalho por conta própria cresceu 2,5% no período, com 555 mil pessoas a mais. A condição de trabalhador familiar auxiliar diminuiu 1,7%, com 37 mil ocupados a menos. O setor público gerou 310 mil vagas, um avanço de 2,7% na ocupação.

Houve aumento de 127 mil indivíduos na condição do trabalhador doméstico, 2,1% de ocupados a mais nessa função.

Construção e indústria

 

A construção cortou 170 mil postos de trabalho no período de um ano. O total de ocupados na atividade encolheu 2,5% no segundo trimestre de 2018 ante o mesmo período de 2017.

Também houve corte de vagas no setor de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, com menos 158 mil empregados, um recuo de 1,8% no total de ocupados. O comércio demitiu 24 mil empregados, ligeira queda de 0,1% na ocupação no setor.

Na direção oposta, a indústria criou 143 mil postos de trabalho no período de um ano, uma alta de 1,2% no total de ocupados no setor no segundo trimestre deste ano ante o mesmo trimestre de 2017. A atividade de Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas - que inclui alguns serviços prestados à indústria - registrou um crescimento de 88 mil vagas em um ano, 0,9% de ocupados a mais.

Também houve aumento no contingente de trabalhadores de alojamento e alimentação (133 mil empregados), outros serviços (267 mil pessoas), administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (571 mil vagas), transporte, armazenagem e correio (29 mil vagas) e serviços domésticos (100 mil).

Desemprego e desalento

 

A taxa de participação - que mede a proporção de pessoas em idade de trabalhar que estão de fato fazendo parte da força de trabalho - caiu de 61,6% no primeiro trimestre para 61,4% no segundo trimestre do ano.

Cimar Azeredo ressalta que 170 milhões de pessoas poderiam estar na força de trabalho hoje, mas apenas 104 milhões estão fazendo parte do mercado de trabalho, seja trabalhando seja procurando emprego.

"A taxa de participação caiu porque a população cresceu acima do que subiu a população ocupada. Parte da população que saiu da força de trabalho pode ser população que fugiu do desemprego, o desalento que está aí dentro (da inatividade)", disse Azeredo. Na passagem do primeiro para o segundo trimestre do ano, 774 mil pessoas migraram para a inatividade. 

Daniela Amorim, O Estado de S.Paulo

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